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Curiosidades sobre o Vasco


Escolha do nome do clube

Quando o Vasco foi fundado, a escolha do nome do clube foi muito debatida. Só escapamos de torcer pelo C. R. Álvares Cabral ou pelo C. R. Santa Cruz porque no ano da fundação comemorava-se o quarto centenário do descobrimento do caminho marítimo para as Índias pelo navegador Vasco da Gama. Por isso somos vascaínos, e não cabralinos ou santacruzenses

Bicho

Torcedores vascaínos foram pioneiros na prática do que, no jargão esportivo, ficou conhecido como "bicho". Na primeira participação do Vasco na Série A da Liga Metropolitana, em 1923, os torcedores começaram a se quotizar para ajudar seus craques, pagando-lhes prêmios em dinheiro por vitória ou empate. Afinal, nada mais justo, pois os vascaínos viviam ganhando apostas com torcedores rivais a cada semana. O valor do prêmio dependia de fatores como a qualidade do adversário e a importância do jogo, além do resultado, e era anunciado segundo uma senha inspirada no jogo do bicho: Um cachorro (número 5 no jogo do bicho) significava um prêmio de 5 mil réis; um coelho, 10; e assim por diante, até chegar na vaca, que podia ter de uma a quatro pernas. Aliás, é provável que daí tenha-se originado a expressão "fazer uma vaquinha".

Segundo uma outra versão, torcedores premiavam os jogadores com galinhas, patos ou leitões. Esta versão não parece ser confiável, mas fica aqui o registro.

Primeira partida internacional

Quando foi disputado o primeiro encontro internacional pelo Vasco da Gama?

Você sabe?

Não se preocupe, poucos sabem. Até mesmo os registros do clube apontam incorretamente o encontro Vasco x Wanderers, do Uruguai, realizado em 1928, para a inauguração dos refletores do Estádio de São Januário, como a primeira partida internacional. Mas a verdadeira estréia do Vasco contra uma equipe estrangeira deu-se alguns anos antes.

Nos fins de outubro de 1923, chegou ao Rio de Janeiro a equipe do Combinado Universal F.C., de Montevidéu, que disputou várias partidas no Rio de Janeiro e inaugurou o estádio do Americano de Campos.

No dia 2 de dezembro de 1923, no estádio do Fluminense, nas Laranjeiras, o Vasco enfrentou o time de reservas da equipe uruguaia, na preliminar do jogo entre a equipe principal do Combinado Universal e um combinado Flamengo-Paulistano. O jogo terminou com o empate de 1 x 1. A equipe do Vasco jogou com a seguinte constituição: Amaral, Mingote e Hespanhol; Artur, Floriano e Miranda; Adão, Russo, Pires, Badu e Godói. O gol vascaíno foi marcado por Russo (Felizardo Gonçalves - não confundir com Moacir Siqueira de Queiroz, o Russinho). O árbitro foi o Sr. Brás de Oliveira Filho (Babica), do Carioca F.C.

Casaca! O grito de guerra

Vascaínos! Para o Vasco, nada?

Tudo!

Então como é que é que é que é?

CASACA
CASACA
CASACA ZACA ZACA!
A TURMA
É BOA
É MESMO DA FUZARCA!
VASCO, VASCO, VASCO!

Este grito de guerra já foi lançado milhares de vezes pela imensa torcida cruzmaltina, celebrando grandes conquistas na terra e no mar. Uma tradição que originou-se na década de 20, e que é mantida até hoje. Tudo começou quando os remadores e outros sócios do clube se reuniam na garagem de barcos para comemorar vitórias nas regatas.

Invariavelmente, comparecia a estes eventos uma certa Turma da Fuzarca, que, como seu nome sugere, animava a festa. O hoje famoso grito de Casaca, que surgiu como expressão da confraternização entre os remadores e e a Turma da Fuzarca, passou a ser associado às conquistas vascaínas no remo e, posteriormente, disseminou-se às outras modalidades esportivas.

Primeiro marketing

Talvez a primeira exploração da imagem de um jogador de futebol para marketing no Brasil tenha sido a contratação do atacante gaúcho Luiz Carvalho pelo Vasco em 1935. Produtores de vinho do Rio Grande do Sul pretendiam aumentar o volume de vendas no Rio de Janeiro, onde competiam com o vinho importado, num mercado formado substancialmente pela colônia portuguesa. Como a esmagadora maioria dos portugueses eram vascaínos, raciocinaram os gaúchos que a melhor maneira de alcançar o seu objetivo seria comprar o emérito artilheiro do Grêmio e oferecê-lo de graça e com salários pagos ao Vasco, onde ele certamente continuaria a marcar gols e os ajudaria a vender o seu produto. E assim, por quase dois anos, Luiz Carvalho - habitualmente chamado de Luiz de Carvalho pela imprensa esportiva carioca - marcou vários gols pelo Vasco, oito deles durante a conquista do campeonato de 1936, e na medida que ia marcando seus gols, ia vendendo muitos barris de vinho, principalmente para os portugueses. Cumprida a sua missão, o artilheiro voltou ao Grêmio, onde encerrou sua carreira, inclusive tornando-se mais tarde presidente do clube gaúcho, em 1974.

Estréia da camisa branca

A primeira camisa de futebol usada pelo Vasco era toda preta, com gola e punhos brancos, e a cruz de malta no peito. Muita especulação existe sobre a origem da camisa branca com a faixa diagonal preta. Segundo uma versão atualmente difundida, inclusive, no site oficial do Vasco, ela teria sido adotada por determinação de Ondino Viera, o técnico uruguaio que montou o famoso Expresso da Vitória quando dirigiu o Vasco entre 1942 a 1946. Ondino teria se inspirado na camisa do River Plate, clube onde ele começou a se destacar como treinador e com o qual foi bi-campeão argentino em 1936/37. Ainda acrescenta-se, às vezes, o detalhe de que Ondino Viera desejaria a mudança de uniforme por achar que uma camisa branca seria mais adequada ao quente verão carioca, ou, dizem alguns, a partidas noturnas, do que a tradicional camisa preta.

Entretanto, a História registra que a camisa branca com a faixa diagonal preta foi usada pela primeira vez em 16 de janeiro de 1938, numa partida contra o Bonsucesso em São Januário, válida pelo campeonato carioca de 1937, enquanto que Ondino Viera só chegou a São Januário em 1942. Consequentemente, a participação de Ondino na criação da camisa branca não passa de uma lenda.

Quanto à afirmação de que a camisa do River Plate teria servido como inspiração para que o Vasco adotasse uma semelhante, não se conhece nenhuma evidência que possa corroborá-la ou refutá-la. Se, por um lado, a agremiação argentina já utilizava sua tradicional camisa branca com faixa diagonal vermelha desde que foi fundada, em 1901, por outro lado, as guarnições de remo do Vasco já vestiam uma camiseta preta com faixa diagonal branca, refletindo o desenho da bandeira oficial, praticamente desde que o clube começou a participar de competições oficiais.

A camisa inteiramente preta foi utilizada pela útima vez por volta de 1943 ou 1944. É concebível que Ondino tivesse uma forte preferência pela camisa branca, que já existia quando ele assumiu o cargo, pelos dois motivos alegados: O primeiro, prático, da camisa branca ser mais adequada ao calor e aos jogos noturnos, e o segundo, sentimental, da semelhança com a camisa do River Plate. Sendo assim, poderia se dizer que Ondino contribuiu para a popularização da camisa branca, ocorrida durante a época de hegemonia do Expresso da Vitória.

Mas e a estréia da camisa branca? Foi vitoriosa, com certeza. O Vasco derrotou o Bonsucesso por 4 x 1, gols de Lindo, Niginho(2) e Luna. A equipe vascaína atuou com Rei, Poroto e Zé Luiz (Itália); Rafa, Zarzur e Calocero; Lindo, Alfredo I, Niginho, Feitiço e Luna.

Ainda resta determinar quando ocorreu a estréia da camisa preta com a faixa diagonal branca no futebol. As fotos mais antigas onde ela aparece são da primeira metade da década de 40, dando a impressão de que substituiu a camisa inteiramente preta. Nesse caso, é possível que Ondino Viera, na realidade, tenha tido um papel na adoção da faixa diagonal branca na camisa preta, e não vice-versa conforme a lenda.

Inauguração da Gávea

O estádio da Gávea foi inaugurado em 4 de setembro de 1938 com uma partida entre Vasco e Flamengo, pela primeira rodada do campeonato carioca daquele ano. Segundo o jornal A Noite, "as solenidades que precederam o encontro Vasco x Flamengo assumiram aspectos de grande expressão cívico-esportiva. Era intensa a atividade dos fotógrafos no seu trabalho estafante e os olhares da multidão convergiam para o gramado onde os atletas do Flamengo desfilavam com muito garbo". Porém, quando a bola rolou, o Vasco encarregou-se de acabar com o garbo deles e estragar a festa, vencendo inapelavelmente por 2x0. Ambos os tentos foram marcados por Niginho, um em cada tempo. O resultado, inclusive, desencadeou uma crise no clube da Gávea, culminando com a recisão do contrato do técnico Dori Krüschner. Mais uma espinha de bacalhau atravessada na garganta do urubu...

O freguês da Gávea

E já que falamos em vitórias do Vasco em plena Gávea, um artigo do site PeleNet revelou o seguinte:
Dos 41 adversários do Flamengo na Gávea, somente Vasco, Atlético-MG, Seleção Carioca, Juventude e o Grasshoppers, da Suíça, levam a melhor sobre o rubro-negro, sendo que houve apenas um jogo contra os três últimos e dois contra o Galo. Contra o time cruzmaltino, em 15 jogos, foram seis vitórias, um empate e oito derrotas.

Como é extremamente improvável que o "estádio" da Gávea, um dos mais acanhados e piores estádios pertencentes a um clube grande, se não o pior, venha a ser novamente palco de mais confrontos entre Vasco e Flamengo, essa espinha de bacalhau tembém ficará eternamente atravessada na garganta do urubu. Ou pelo menos até que eles consigam reverter (no dia de São Nunca) a vantagem que o Vasco possui nos jogos realizados em São Januário, onde até o momento, em 26 partidas, o Vasco venceu 13, empatou 7 e perdeu 6.

Gandula

Gandula (nome completo: Bernardo Gandulla) foi um jogador argentino que atuou no Vasco em 1939, na posição de meia-esquerda, fazendo ala com outro argentino, o ponta-esquerda Emeal. Era característica do Gandula ir buscar a bola que havia saído de campo e entregá-la ao jogador encarregado de repô-la em jogo - mesmo que este fosse do time adversário. Quando passaram a ser empregados garotos com a função de devolver as bolas para o campo durante as partidas, o público os apelidou com o nome do ex-craque vascaíno.

A Turma do Caroço

O Expresso da Vitória, o maior time da história do Vasco, que dominou o futebol carioca de 1945 a 1952, não devia o seu sucesso apenas à qualidade técnica excepcional dos seus jogadores. Havia uma sólida união e liderança, que era exercida sem alarde pela Turma do Caroço. O grupo, liderado pelo capitão do time Augusto, foi criado no final de 1948 e se reunia toda terça-feira na casa do técnico Flávio Costa. Os encontros fortaleciam a união dos integrantes. Erros de qualquer um eram cobrados sem inibição. Brigas entre jogadores, falta de garra ou salto alto não eram aceitos. Dava-se valor à amizade e à disciplina. E nas comemoracões de cada vitória alcançada nos fins de semana não podia faltar uma cervejinha.

Decisões importantes eram tomadas pela turma. Por exemplo, a contratação de Heleno de Freitas, que estava no Boca Juniors, foi aprovada numa das reuniões. Heleno era um gênio da bola mas uma pessoa nervosa, de relacionamento difícil e problemas disciplinares. Segundo Ademir Menezes, o grupo não aceitava os xingamentos de Heleno quando alguém não lhe dava uma bola no pé. Flávio Costa, persistente, sempre pedia paciência com o craque Heleno, até o dia em que este puxou uma arma e a apontou para o técnico, depois de um treino em São Januário. A arma estava descarregada, mas logo que terminou o campeonato carioca de 1949, que o Vasco conquistou invicto, a Turma do Caroço decidiu pela saída de Heleno. Muitos anos mais tarde, Ademir chegou a declarar textualmente:

"Devemos aquele título de 49 à Turma do Caroço." (O Globo 1/11/92).

Lado direito do anel do Maracanã

O lado do anel da arquibancada do Maracanã localizado à direita das cabines de rádio é sempre ocupado pela torcida cruzmaltina. Esta tradição vem desde quando o estádio foi inaugurado em 1950, não importando qual seja o adversário do Vasco. A escolha deu sorte, pois naquele ano o Vasco foi o campeão carioca, o primeiro do Maracanã, e assim foi criada a tradição.

Primeiras torcidas organizadas

Hoje em dia existem muitas torcidas organizadas vascaínas, mas até o final dos anos 60 havia apenas uma facção, a Torcida Organizada, cujo primeiro chefe chamava-se João de Luca. Em 1956, problemas de saúde não o permitiram continuar, e ele foi então sucedido pela lendária Dulce Rosalina, a primeira mulher a chefiar uma torcida no Rio de Janeiro. Nos anos 50, também tornou-se célebre o torcedor Ramalho, que soprava um longo talo de mamão como uma corneta, para animar a torcida durante os jogos.

Em 1970, apareceu a Força Jovem, fundada num casarão da Rua Cônego Tobias, no bairro do Méier. A primeira faixa estendida nos estádios pela torcida dizia VASCO, O MÉIER TE SAÚDA. Inicialmente (1970 e 71) a FJ foi chefiada por Manoel, depois por Melo e, posteriormente, quando ganhou projeção, por Eli Mendes. Desde então, inúmeras torcidas organizadas têm sido criadas.

Felicidade, teu nome é Vasco

Esta frase foi dita por Mirim, que jogou no Vasco de 1953 a 1955, num momento de rara inspiração, após uma grande vitória. A frase passou a fazer parte da memória coletiva dos vascaínos e, na década de 60, foi colocada numa faixa preta com letras brancas que a Torcida Organizada, chefiada por Dulce Rosalina, pendurava na grade da arquibancada no Maracanã.

Garrincha, freguês do Vasco

Não foi à toa que Nílton Santos falou em uma entrevista quando parou de jogar futebol: "Nós tínhamos um timaço, mas contra o Vasco não havia jeito. Podiam entrar com onze cabos de vassoura em campo vestidos com a camisa do Vasco que nós não ganhávamos".

A frustração do grande lateral alvinegro levou-o a cometer o exagero dessa metáfora. Porém o fato que ela encerra não é nenhum exagero: Vasco x Botafogo é a maior freguesia dos clássicos cariocas. Mesmo quando o Botafogo teve o seu melhor time, com seus decantados craques como Garrincha, Nílton Santos, Didi, Quarentinha e outros, continuou freguês do Vasco.

Examinemos, por exemplo, a participação de Garrincha, considerado o segundo maior jogador de todos os tempos depois de Pelé, ou, na opinião de alguns, o maior de todos, melhor até que o Rei:

Foram 37 partidas entre Vasco e Botafogo com Garrincha em campo, de 1953 a 1965. O Vasco ganhou 20 partidas, empatou 7 e perdeu 10. A primeira foi realizada em 22 de agosto de 1953, com a vitória do Vasco por 4x1. A última foi a decisão da primeira Taça Guanabara, em 5 de setembro de 1965, que Vasco venceu por 2x0.

Depois que Garrincha deixou o Botafogo, continuou levando desvantagem nos confrontos contra o Vasco. No Corinthians, Garrincha jogou apenas uma partida contra o Vasco, em 1966, com a vitória cruzmaltina por 3x0. No Flamengo também uma partida, em 1968, com a vitória vascaína por 2x0.

Conclusão: o Anjo de Pernas Tortas durante sua carreira foi um grande freguês do Vasco.

Vasco tentou contratar Pelé

Em agosto de 1957, o presidente do Vasco, Arthur Pires, tentou realizar uma contratação que certamente teria mudado a história do futebol se tivesse sido concretizada. O presidente comunicou ao Santos o interesse do Vasco em adquirir os passes de Pelé e Del Vecchio. Pelé estava na época com 16 para 17 anos e havia despertado a cobiça do Vasco desde que havia mostrado o seu talento imensamente promissor jogando pelo combinado Vasco-Santos, montado para a disputa do Torneio Internacional do Morumbi em junho do mesmo ano, e estreado pela Seleção Brasileira no mês seguinte.

Já Del Vecchio era, sem dúvida, um bom jogador, de nível de seleção, que inclusive também tinha atuado na mesma partida da estréia de Pelé, a derrota por 2x1 para a Argentina no Maracanã.

A notícia sobre o interesse do Vasco na contratação dos dois jogadores santistas foi manchete do Jornal dos Sports de 28 de agosto de 1957 e não deve ter agradado ao Santos, que imediatamente contra-atacou fazendo uma proposta para a contratação do ídolo vascaíno Bellini. Segundo a manchete do Jornal dos Sports do dia seguinte, o Vasco retrucou que Bellini não tinha preço e as negociações se encerraram por ali.

Com o passar do tempo, foram criadas várias versões fantasiosas a respeito da não-contratação de Pelé pelo Vasco. Numa das versões mais difundidas, o Santos teria oferecido Pelé ao Vasco quando o craque ainda era um menino desconhecido, porém o Vasco teria recusado, respondendo que, na realidade, dentre os jogadores do elenco santista, estaria mais interessado no Del Vecchio, não "nesse tal de Pelé". Numa versão dessa lenda, a recusa teria partido diretamente do vice-presidente de futebol da época, Antônio Soares Calçada

Estátua do Bellini

O mais famoso ponto de encontro dos torcedores que vão ao Maracanã é uma estátua de bronze, em frente à rampa da Avenida Maracanã, representando um jogador simbólico erguendo a Taça Jules Rimet. Erigida para homenagear os bi-campeões mundiais de 58/62, a estátua reproduz o imponente gesto imortalizado por Bellini, até hoje imitado pelos capitães das seleções campeãs das Copas. O rosto da estátua não apresenta a menor semelhança com o capitão da seleção campeã do mundo de 1958 - ao contrário, dizem que ela se parece com o antigo cantor popular Francisco Alves. Apesar disso, a estátua foi logo batizada de Bellini pelo torcedor carioca. Bellini era também o capitão da equipe do Vasco e um jogador fortemente identificado com a camisa cruzmaltina. No entanto, não importando para qual clube torcem, muitos freqüentadores do Maracanã costumam marcar encontro "no Bellini"

Hino de Portugal

Quem já ouviu o hino A Portuguesa, proclamado em 1911 como Hino Nacional de Portugal, há de ter notado que a melodia dos seus versos iniciais (Heróis do mar, nobre Povo/Nação valente, imortal) tem bastante semelhança com a introdução instrumental do Hino do Vasco. Como o primeiro é mais antigo, pode-se deduzir que nele o compositor Lamartine Babo foi buscar inspiração para a melodia de introdução do hino que compôs para o Vasco no final da década de 40.

E para quem ainda não ouviu ou gostaria de conhecer mais sobre A Portuguesa: Na página oficial do Ministério de Defesa Nacional encontram-se a sua letra e antecedentes históricos. No site Música de Portugal encontra-se a sua gravação em formato midi.

Apelidos do clube

Ao longo de sua história, vários apelidos para o Vasco estiveram em voga.

Nas décadas de 20 e 30, a imprensa comumente referia-se ao onze vascaíno como os Camisas Pretas, pois naquela época assim era o uniforme do time de futebol, ainda sem a faixa diagonal branca que sempre foi usada pelas guarnições de remo e que só seria adotada no início da década de 40.

O apelido de Gigante da Colina, que até hoje é usado, surgiu devido ao estádio de São Januário estar localizado numa região topograficamente elevada. Todavia, há quem conteste que São Januário fique numa colina, preferindo atribuir a denominação a um equívoco geográfico, pois existia um Morro de São Januário (já demolido), mas que ficava no centro da cidade, bem longe, portanto, da Rua São Januário, a principal via de acesso ao estádio. Aliás, por algum tempo, até quase o fim da década de 30, o estádio, cujo nome oficial sempre foi Estádio Vasco da Gama, era freqüentemente chamado de Campo da Rua Abílio, que naquela época era como se chamava a rua General Almério de Moura, onde fica a bela fachada principal e a entrada social.

O famoso epíteto Expresso da Vitória surgiu em 1945, quando o Vasco, com uma equipe fortíssima, conquistou o campeonato carioca de maneira invicta. O Expresso dominaria o futebol carioca por anos a fio, até 1952. Muitas vezes, o Vasco partia em longas excursões e deixava uma equipe mista, ou de reservas, apelidada de Expressinho, disputando torneios no Rio, ou realizando outros amistosos de menor expressão.

Na década de 40, o caricaturista argentino Lorenzo Molas, que trabalhava para o Jornal dos Sports, foi encarregado de criar charges (mascotes) dos clubes cariocas. Molas, que por sinal era torcedor vascaíno, desenhou um almirante português para simbolizar o Vasco. Assim, o Vasco passou também a ser chamado de Almirante, denominação que era muito popular nos anos 50.

Durante o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968, o Vasco fazia uma boa campanha e veio a se tornar o único clube carioca com chance de se classificar entre os 4 finalistas (o que efetivamente acabou acontecendo). O Jornal dos Sports, tentando unir a torcida carioca em torno do Vasco como o seu representante na competição, passou carinhosamente a se referir à equipe como Vasquinho - um time que, apesar de não contar com nenhuma super-estrela, era simpático e intrépido. Porém alastrava-se no país o modismo de se empregar aumentativos para tudo, desde obras faraônicas do governo, como estádios (Mineirão) e viadutos (Minhocão), até times de futebol, e o Vasco não escapou à regra, vindo a receber o apelido de Vascão em 1970, ano em que reconquistou o título carioca depois de um longo jejum.

Ainda durante a década de 60, as torcidas adversárias, com intenções pejorativas, inventaram o apelido de Bacalhau. O apelido foi aproveitado pelo cartunista Henfil, cujos quadrinhos na época apareciam diáriamente na página 2 do Jornal dos Sports, para batizar o seu personagem que representava um torcedor do Vasco, um português careca e bigodudo. A torcida cruzmaltina acabou por adotar o apelido com muito orgulho, e o aplica àqueles que encarnam o genuíno espírito vascaíno, como o craque Edmundo, que por ocasião do seu regresso ao Vasco em 1996, de Animal foi promovido a Bacalhau.

Durante o campeonato de 1975, especialmente no terceiro turno, o Vasco venceu várias partidas de virada, de maneira avassaladora. Surgiu então a expressão Vascão Vira-Vira, que até hoje é revivida a cada virada heróica.

O termo Machão da Gama foi criado em 1977 pelo locutor esportivo José Carlos Araújo, que acabava de assumir a chefia de esportes da Radio Nacional. Naquele ano, o Vasco formou um grande time que sagrou-se campeão estadual exibindo um futebol de alta qualidade, porém sem deixar de lado a garra e a valentia. Entretanto, a noção de que o Vasco era um time de machos já vinha pelo menos desde 1974, como demonstra a manchete que o Jornal dos Sports estampou em letras garrafais, celebrando a vitória sobre o Cruzeiro na final do Campeonato Brasileiro: VASCO MACHÃO, UAI!

Jogadores com laços de parentesco

O ponta Orlando (Orlando Rosa Pinto) militou no Vasco de 1932 a 1942, quando pendurou as chuteiras. No ano seguinte, o Vasco comprou do Madureira o passe do seu irmão Jair, o grande Jair Rosa Pinto. Jair jogou no Vasco até 1946. Em 1956, o seu sobrinho Roberto Pinto, das divisões de base do Vasco, comecou a ser aproveitado no time titular. Ele ficou no Vasco até 1961, e fez o gol do super-supercampeonato de 1958, na decisão contra o Flamengo (1x1).

Outro Orlando, conhecido no futebol pelo seu sobrenome, Fantoni, foi centroavante do Vasco em 1938-40, quase ao mesmo tempo que seu irmão Niginho (Leonídio Fantoni). Niginho foi também centroavante vascaíno em 1937-39, tendo inclusive sido o artilheiro do campeonato carioca logo no seu primeiro ano com a camisa cruzmaltina. Os sobrinhos de Orlando e Niginho, Fernando (Fernando Fantoni) e Benito (Benito Romano Fantoni), zagueiros, tiveram uma passagem no Vasco em 1954-55, mas nunca chegaram a ser titulares. Orlando Fantoni foi ainda técnico do Vasco em 1977-78 e 1980 e, por sua maneira quase carinhosa de tratar os jogadores, era chamado de "titio".

O pernambuquinho Almir (Almir Moraes de Albuquerque), ídolo do Vasco entre 1957 e 1960, era irmão mais velho do ponta-de-lança Adílson (Adílson Moraes de Albuquerque), que começou nas divisões de base do Vasco, passou pelos aspirantes e jogou no time principal de 1967 a 1971.

Mário (Amaro Gomes da Costa), atacante do Vasco em 1963-65, era também conhecido pelo apelido de Tilico. Seu filho, Mário Tilico (Mário de Oliveira Costa), começou nas divisões de base do Vasco e chegou a ser lançado no time principal em 1985, quando teve seu passe negociado.

Wilson Moreira, atacante do Vasco em 1957-61, era filho do consagrado técnico Zezé Moreira (Alfredo Moreira Jr.), que dirigiu o Vasco em 1965-66.

Jardel (Mário Jardel Almeida Ribério), que havia sido artilheiro nos juniores do Vasco, entrou para a história como o autor dos dois gols da decisão do título do tricampeonato carioca de 1994. Seu irmão mais novo George começou seguindo a mesma trajetória na equipe de juniores, mas não foi aprovado ao ser promovido ao time principal em 1997.

Léo Lima (Leonardo Lima da Silva), campeão carioca em 2003 pelo Vasco e campeão sul-americano e mundial sub-17 com a seleção brasileira em 1999, é bisneto do ex-atacante Isaías (Isaías Benedito da Costa), campeão invicto pelo Vasco em 1945. A exemplo do seu bisavô, Léo também era jogador do Madureira antes de se transferir para São Januário. Na final do campeonato carioca de 2003, contra o Fluminense, ele executou um genial cruzamento de letra que originou o gol que sacramentou o título, marcado por Sousa. Por coincidência, Isaías havia marcado um famoso gol de letra sobre o mesmo Fluminense em 1941, ainda jogando pelo Madureira.

Primeiro Caso de Doping

O primeiro caso de doping comprovado no futebol brasileiro ocorreu na partida Atlético-MG 2x1 Vasco, realizada no Mineirão em 18 de novembro de 1973. O Vasco virou o primeiro tempo vencendo com um gol de Dé. No segundo tempo, o jogador atleticano Campos voltou irresistível e marcou dois gols, virando o jogo. Jogadores do Vasco acharam estranha a baba espumada que escapava da boca de Campos. Mais tarde foi constatada a presença do estimulante efedrina na urina do atleta. Foi noticiado que o material coletado apresentava uma cor avermelhada que já havia chamado a atenção mesmo antes do exame. Campos tentou se justificar declarando à imprensa que tinha bebido um suco de beterraba no dia do jogo, mas não colou: Ele pegou uma longa suspensão, a primeira acontecida no futebol brasileiro devido a uso de substância proibida. Mas o resultado do jogo continuou valendo.

Campos ficou marcado pelo episódio. Passou a ser conhecido pelo país afora como Campos "Beterraba" e cada vez que entrava em campo era saudado pelas torcidas adversárias com gritos de "chincheiro".

Torneios João Havelange

O ex-presidente da FIFA e da CBD (atual CBF), João Havelange, já foi homenageado com vários torneios levando o seu nome. Por coincidência, o Vasco conquistou todos os que teve a oportunidade de participar.

O primeiro foi um quadrangular disputado em Governador Valadares (MG) em 1981, onde o Vasco venceu o clube anfitrião Democrata por 3x2 e, na final, o eterno rival Flamengo por 1x0.

O segundo torneio com o nome João Havelange conquistado pelo Vasco foi também um quadrangular, em 1993, disputado em partidas de ida-e-volta. reunindo os campeões carioca e paulista das respectivas primeira e segunda divisões. Primeiro, o Vasco venceu o Palmeiras por 3x0 em casa e empatou por 1x1 no jogo de volta. A decisão foi contra o Mogi Mirim e o Vasco teve que escalar um time de reservas, pois o titular estava embarcando para a Europa a fim de disputar torneios amistosos. Na primeira partida da decisão, em casa, o Vasco venceu por 4x0. Na partida de volta, o Mogi Mirim devolveu o placar e o título teve que ser decidido na disputa de pênaltis. Aí brilhou o goleiro Caetano, que além de defender dois pênaltis converteu um, e o Vasco venceu por 4x3.

Finalmente, em 2000, devido ao fato de que a CBF ficou impedida de organizar o Campeonato Brasileiro devido a problemas judiciais e mandatos de segurança por parte de clubes rebaixados no ano anterior, os clubes realizaram no seu lugar a Copa João Havelange, mais tarde homologada pela CBF como o Campeonato Brasileiro daquele ano. Esse foi o quarto título brasileiro conquistado pelo Vasco, que superou o São Caetano nas partidas da decisão com um empate de 1x1 na casa do adversário e uma vitória por 3x1 no Maracanã.

Apesar disso, evidentemente não se pode dizer que o Vasco é tri-campeão do João Havelange.

Pó-de-mico

Os jogadores do Vasco entravam em campo no estádio de Moça Bonita para enfrentar o Bangu, em mais um compromisso válido pelo campeonato estadual de 1979. De repente, o goleiro Leão deu meia volta e saiu em disparada para o vestiário, se coçando todo, seguido por Roberto Dinamite, Guina e outros, também com uma coceira danada. Alguém tinha jogado pó-de-mico nos craques vascaínos. O autor do atentado, visto correndo com uma caixa de sapato, foi detido por policiais, que encontraram pó-de-mico dentro da caixa. Identificado como Édson Izidoro, discotecário do clube alvi-rubro, ele foi preso e autuado por perturbar a ordem. Vinte anos mais tarde, Édson, agora enfermeiro do Hospital Salgado Filho, foi preso novamente, desta vez pelo assassinato de pacientes em estado grave, no escandalo da máfia das agências funerárias. Roberto Dinamite, agora deputado estadual, declarou ao jornal O Globo: "Quando ele (Édson) aparecia na televisão eu sempre me lembrava de alguém da época do futebol. Só não imaginava que fosse o cara que deu aquela coceira braba na gente". A partida foi em 20/5/1979 e o Vasco venceu por 3x0, não obstante o pó-de-mico.

Presidente do Vasco, sócio do Flamengo

Na época em que Antônio Soares Calçada era presidente do Vasco, a imprensa gostava de mencionar que ele era sócio do Flamengo e que costumava comparecer à Gávea para votar, sempre que havia eleições. Porém, a história de como o atual presidente do Vasco havia se tornado sócio raramente era divulgada. Segundo o próprio Calçada contou num programa de TV, o título de sócio proprietário fora recebido como pagamento de uma dívida por parte do seu amigo Gilberto Cardoso, na época presidente do Flamengo. Gilberto Cardoso, considerado pelos rubronegros como um de seus maiores presidentes de todos os tempos, devia dinheiro a uma pensão, e Calçada gentilmente se ofereceu para pagar a dívida, recebendo em troca, em sinal de gratidão, o título de sócio. Desde então, até tornar-se presidente do Vasco, Calçada nunca deixava de comparecer a Gávea apenas no dia de eleições, a cada dois anos, para votar no pior candidato, é claro.

O Bairro Vasco da Gama

Em 1998, ano do centenário do Vasco, um projeto do vereador Áureo Ameno (vascaíno) transformou a área onde fica São Januário e adjacências num novo bairro carioca. A região, que até então fazia parte do bairro de São Cristóvão, agora chama-se Vasco da Gama. A homenagem, além de justa, faz muito sentido na prática, pois o clube, com seu estádio e sede principal, é há muito tempo a referência para as pessoas que vão à região. O projeto foi sancionado justamente na semana em que o Vasco conquistou o título da Copa Libertadores em Guayaquil, Equador, vencendo o Barcelona local. A grande maioria de moradores do bairro é vascaína e vibrou com a mudança, para desespero dos moradores não-vascaínos.



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